O SEGREDO DO TINTINOLHO

Um coronel, homem integro, disciplinado e disciplinador, era homem de uma só palavra e fiel aos seus princípios. Para ele, a determinação, a resiliência, a perseverança e a palavra, eram sagradas. Na sua visão do mundo atual, esses valores estão em declínio, fora de moda, substituídos por valores mesquinhos, onde a honra e a palavra, se atiram para trás das costas. Cartógrafo durante anos, era especialista em cartas e mapas militares. Sem família e sem herdeiros, decidiu fazer um croqui deliberadamente complicado e escondê-lo dissimuladamente, no Castro do Tintinolho, perto da cidade da Guarda, onde havia estudado há muitos anos. Instituiu um prémio valioso em dinheiro e mandou cunhar uma medalha em ouro, que entregaria à pessoa ou pessoas, que conseguissem decifrar com êxito, o complicado croqui. Passados uns anos, um emigrado de França já reformado, encontrou um papel velho e gasto nas escadas da Biblioteca Municipal do Porto. Quando o abriu, conseguiu perceber que se tratava de um croqui. Valeria a pena tentar decifrar aquele complicado enigma?