Habitante da lua

Seu nome era Elias Duarte, único ocupante da Estação Lunar Selene III. Designado para uma missão solitária de dois anos, ele era o primeiro ser humano a habitar a Lua de forma contínua. Era um explorador, um pioneiro, um sobrevivente do isolamento extremo. Levantou-se devagar, os músculos acostumados à gravidade reduzida. A rotina começava cedo: verificar os sistemas, registrar relatórios para a base na Terra e garantir que tudo continuasse funcionando. Mas naquela manhã, algo estava diferente. O monitor piscava com um alerta incomum. Ele franziu a testa e se aproximou da tela. O sistema de detecção externa indicava um deslocamento não identificado a poucos metros da estação. Isso era impossível. Nada se movia na Lua sem intervenção humana. Nenhuma missão estava prevista para aquela região. Vestindo rapidamente o traje pressurizado, Elias sentiu o coração acelerar. Abriu a câmara de descompressão e saiu para a superfície árida. O brilho prateado do regolito refletia a luz do Sol distante. Seus olhos percorreram o horizonte e então pararam.