A Ditadura renasce

A Chama da Resistência Clara não conseguia mais se esconder dentro de sua casa. Cada som da patrulha, cada movimento nas ruas, fazia seu coração acelerar. O medo já não era mais uma novidade, mas algo que se entranhava em sua pele como uma segunda camada, tão inevitável quanto a respiração. A cidade havia se tornado um labirinto de olhos vigilantes, e cada esquina parecia esconder um informante. Mesmo as sombras estavam em alerta. Ela se levantou, pegou a mochila em cima da mesa e a encheu com o pouco que restava de suprimentos. A resistência, embora fragmentada e cautelosa, ainda existia. E ela sabia que não poderia esperar mais. O movimento precisava de uma ação. Uma ação que não poderia ser interrompida pela amargura do passado ou o medo do futuro. Ao sair de casa, Clara disfarçou sua expressão, mantendo os olhos baixos. Ela não podia ser vista. Na calçada, o movimento das patrulhas era constante, e qualquer falha poderia significar sua captura. A cidade, outrora viva, agora respirava apenas sob a égide de uma força opressiva, com o regime controlando cada aspecto da vida.