o homem que me persegue

Nada puta! Dizia eu à rã, que apanhei na represa de onde a minha mãe regava o milho, quando a levei para o tanque onde a minha mãe lavava a roupa: nada puta! E ela tanto nadava tanto como não nadava nada. E eis o mote que me leva, mais uma vez, a escrever sobre nada, com prazer, esperando que outros desfrutem do prazer de ler qualquer coisa que não diga nada. Temos essa necessidade, a mesma que temos ao jogar "paciência" com o telemóvel ou com o baralho todo. De facto, muitas vezes procuramos "o nada" para descansarmos dos discursos do nosso dia-a-dia, das guerras e tragédias dos noticiários, do livro sério que nos faz pensar, das lutas e causas em que estamos, das manápulas que nos empurram os olhos contra a areia, dos vírus, bactérias e gostos alimentares que atormentam a nossa saúde, da torneira a pingar, do medo da vaga do pensamento único ou dos fascismos, do aumento dos preços, da falta de sono que tanta coisa nos provoca, do imperativo de termos de trabalhar para o pão nosso de cada dia. E aqui estou eu, sem nada para contar, com a única intenção de vos levar a ler até ao fim um texto que, não engano, nada vos vai dizer.