As estranhas sombras da argânia

Portugal, 1984. João e Lena, arrumada a relação muito civilizadamente, partem de Lisboa para uma viagem que os levará até ao Saara. Ao cruzar o Estreito de Gibraltar, conhecem Fa, uma algarvia das ilhas barreira da Ria Formosa, que decidiu deixar o conhecido para trás e partir para o sul da Argélia, para tentar intuir tudo o que não sabe, sobre a sua origem. Porque nas viagens, as descobertas são como as proverbiais cerejas e as conversas, vão descobrir a trágica situação em que vivem os povos do Saara Ocidental e uns segredos sujos – porque só a verdade é limpa – mas também radiactivos, metafórica e literalmente. São segredos que o Estado Argelino e o Estado Francês prefeririam que não se conhecessem... Uma intriga que testa o espaço e o tempo, ambientada no misticismo do sufismo argelino, com grandes muralhas e não é na China; com napalm e não é no Vietname; e também com o horror da radioactividade, dois anos antes de Chernobyl. Pelo caminho, ficam milhares de quilómetros de pistas do deserto e um corriqueiro duelo, entre um míssil de fabrico soviético e um caça F5 Made in USA. Dispõem-se a colaborar na denúncia da situação mas são poderosas as forças que vão enfrentar...