A última vontade

Foi a certeza da morte e o desconhecimento da sua hora que impeliu os crentes a viverem de acordo com as regras da Igreja e a rogar a Deus que os livrasse de uma morte repentina e inesperada. As principais cerimónias fúnebres decorriam no dia do funeral mas também nos dias terceiro, sétimo, trigésimo e no aniversário. As missas de sufrágio, com destaque para os trintários, eram consideradas o principal meio de auxiliar as almas a alcançar a salvação, por isso os testadores dispunham de uma parte dos seus bens para que elas fossem ditas e pediam aos testamenteiros que zelassem pelo cumprimento da sua última vontade, sendo os principais beneficiados as Irmandades e os pobres. Através dos assentos de óbito dos Registos Paroquiais de Caria, foi possível conhecer o teor de diversas disposições testamentárias transcritas pelos párocos quer a partir dos originais quer dos livros de mandas e de notas dos tabeliães.