E foi assim!...

Dados os meus 63 anos, apenas posso dizer a dizer que nasci e vivi sempre no Porto e considero-me o estereótipo daquele indivíduo que toda a vida viveu do seu trabalho até à reforma que veio a acontecer em 2014. No entanto, desde novo que revelei uma certa tendência para as artes e para tudo quanto é belo e nos enche a alma. Fui músico amador durante algum tempo, mas nunca me considerei um craque nem um virtuoso. Relativamente à escrita, desde que me conheço que quis escrever um livro. Comecei vários mas todos ficaram na gaveta sem um fim. Quis o destino, que só nesta idade, finalmente, e após alguns anos de o ter iniciado, o tenha terminado. Apesar da sensação de vitória e de missão cumprida, sinto a falta dele. Afinal, sempre foi uma companhia, que parecia eterna, que partiu. É claro que poderei lê-lo sempre que quiser, no entanto, já não posso acrescentar aquela linha que às vezes demorava um dia inteiro a escrever.