O Reino do Nada

Num mundo de ruínas cinzentas, onde o silêncio é espesso e o tempo perde o sentido, Elior acorda. Não há lembranças, nem chão, nem céu — apenas uma cidade suspensa, um cadáver de pedra à deriva no Nada. O ar treme com um peso invisível, e cada passo de Elior ecoa dentro de si mesmo, confirmando uma verdade terrível: não há fora, apenas dentro. Perdido numa paisagem que nega a sua própria existência, Elior é assombrado pela ansiedade. A sua jornada leva-o a um lago que não reflete a sua imagem, a corredores infinitos que guardam memórias que não lhe pertencem, e a um jardim morto onde as vozes do vento sussurram sobre a sua irrelevância. O que ele procura é sentido, mas tudo o que encontra é a confirmação de que o Nada sempre vence. "O Reino do Nada" é um conto filosófico e melancólico, uma meditação sobre a desolação e o vazio que habitam em todos nós. É uma história sem heróis, onde a única luta é contra o próprio desespero e a aceitação da impotência. No final, Elior descobre que a maior dor não é a ausência de vida, mas a pequena e terrível ferida de uma cor que insiste em existir, mesmo quando tudo o mais se desfaz. Uma leitura para aqueles que ousam confrontar a solid